Jornal Mãos da Missão
07 de Novembro de 2007

Depois de uma intensa experiência de missão no Fundão com o Movimento Missionário, decidi aceitar mais uma proposta de missão, desta vez com o grupo Ágape, da paróquia da Portela.
E lá fui para o Alentejo, para umas terrinhas do interior, no concelho do Redondo, perto de Reguengos. Eu e mais 24 pessoas, entre as quais um Padre recentemente ordenado.
Foram 10 dias de descoberta, de crescimento espiritual individual e de grupo, de oração, de entrega, de partilha, de comunhão com os irmãos. Mas foram 10 dias especialmente complicados para mim, pois não conhecia ninguém, e tive que me integrar no seio de um grupo que já tinha criado laços ao longo de meses…
Mas a verdade é que, quando nos move o mesmo espírito e o mesmo amor,  concentramo-nos todos no essencial. E aí, conseguimos criar laços e fazer amizades para o resto da vida!
Andávamos pelas ruas de Montoito a bater às portas das pessoas a anunciar quem éramos e o que íamos fazer, quando nos deparámos com meia dúzia de crianças na berma da estrada. Crianças descalças. Crianças com as roupas rotas. Crianças sujas. Crianças que não tinham brinquedos. Crianças que se via que tinham necessidades.
Passados 10 minutos de conversas e apresentações, já andavam a bater às portas e a convidar os amigos para estarem também connosco! E que entusiasmo! Que força! Que vida que nos transmitiam!
A verdade é que a palavra se foi espalhando, e todos os dias apareciam mais e mais crianças e jovens… Fizemos jogos, actividades lúdicas, brincadeiras e competições, canções, danças, teatro, construções… Mas mais importante que isso, tornámos mais próxima a relação de todos eles com Jesus. Jovens que não vão à missa e que não
participam na vida cristã, começaram a participar na Eucaristia e em noites de oração organizadas por nós.
Objectivo atingido. Missão Cumprida.
Mas não podíamos ignorar as dificuldades daquela população, especialmente da camada mais jovem… Felizmente, ao longo do ano, o Ágape tinha recolhido roupa, calçado e brinquedos junto dos paroquianos da Portela…
Sabem a sensação de dar um presente a alguém e ver o sorriso feliz dessa pessoa? Imaginem isso multiplicado por muitos! Foi único… Parecia que era Natal! Ainda mais que isso! Certamente muitos deles não recebiam tanto no Natal como receberam naquele dia! Nem nós nunca demos tanto…
E por muito difíceis que fossem as suas vidas, sei que agora são mais felizes. E nós também.

Inês Ribeiro
publicado por mmjornal às 00:10
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